sábado, 29 de julho de 2017
Culto da Natureza ao Homem
A natureza, sentindo-se
arrasada,
Vem prestar seu culto ao
homem
E roga a ele que ela seja
preservada,
Pois já pressente o flagelo
da fome.
E reza a árvore: - “Senhor
homem!
Que tens de Deus a missão de
continuar o mundo...
Livra-me do fogo pra que eu
não seja transformada em labaréu,
E todos possam respirar
profundo
Sem a fumaça que negreja o
céu”.
E reza o peixe: -“Senhor
homem!
Dá-me somente mais uns dias
de vida,
Até o período da procriação
Pra que meus filhos possam
ter comida,
Sem precisar da minha
proteção.
Depois pesca-me e fartai a
vossa mesa,
Pois tenho a sina da
alimentação”.
E reza o quelônio: - “Senhor
homem!
Perdoa a minha lentidão.
Dá-me apenas uma noite livre
Pra que aconteça a nossa
arribação.
Depois divida o que
encontrar na areia
E deixe o resto crescer,
livre e são
Pra que se repita sempre em
vossa ceia
Este milagre do abençoado
pão”.
E reza a caça: - “Senhor
homem!
Perdoa a minha gravidez
Até que eu dê a luz aos meus
filhotes
E dê a eles amamentação.
Depois mata-nos, mas com
sensatez
Pra que as espécies tenham
sua vez,
Sem o tal risco da
extinção”.
E reza o pássaro com um timbre de saudade: -“Senhor homem!
Perdoa-me se
já não entôo a felicidade,
Pois se o meu
canto tem o som do pranto,
E porque me
falta a pura liberdade”.
E reza a
relva: -“Senhor homem!
Perdoa-me se
a flor já é pálida e chorosa.
Talvez, quem
sabe? Pela chuva ácida,
Já não
consegue ser bela e cheirosa”.
E reza a
água: -“Senhor homem!
Deixa-me
sempre pura e cristalina
Para que eu
possa alimentar a vida
Sem que o
veneno seja a nossa sina”.
E reza a terra:
-“Senhor homem!
Dá-me o
descanso por uma invernada
Para que eu
possa refazer minhas forças
E pra te ser
útil em nova temporada.
E todos os
seres da natureza,
Unidos,
cantem o cântico final.
Homem!
Deixa-nos livre,
Sem essa
tortura,
Que te
daremos vida sem igual”.
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