sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A Ação do Homem

A Ação do Homem

Era um rio alimentando a vida
E o selvagem o reconhecia
E dava a ele a atenção devida
Porque sem ele nada existia

Era uma floresta guardando os segredos
Que mantinham a vida equilibrada
Havia vozes nos seus arvoredos
Havia flores sempre perfumadas

Era um oceano um tanto profundo
Que tinha pólos um tanto congelados
E continha o sal que conservava o mundo
E o ambiente sempre refrescado

Era um céu que protegia a terra
E um firmamento todo iluminado
Sem a fumaça e o furor da guerra
E o homem fez do mundo o seu reinado

Mas a ação do homem foi transformando o rio
E o oceano em um lixão imundo
Fez da floresta um espaço vazio
E extinguiu a vida do seu mundo

Resta o espírito num espaço cinzento
Porque o seu reino foi desmoronado
Não há mais vozes, nem flores e nem ventos.
A terra é um bloco empoeirado.


Após o terceiro século do terceiro milênio.
Raimundo Amaral, em 06/02/2007


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