deste
sistema tão difícil de entender,
lá,
bem distante dos horrores deste mundo,
com
harmonia quero viver.
Num
lugarejo onde só com minhas musas
escute
a fonte borbulhando alegremente,
e
veja a vida sem as cores tão confusas
que
vestem os sonhos desta gente tão carente.
E
os rios passando nos seus leitos livremente,
chegando
ao mar sem que sejam aprisionados
pelas
barragens que detêm as suas correntes,
que
o fazem réus perpetuamente condenados.
E
as águas vivas refrescando os arrabaldes,
vendo
seu curso lá no céu sendo esmaltado.
Sem
assistirem estas cenas tão covardes
do
peixe mudo sendo morto, amordaçado.
E
quero ver a grande selva sempre erguida.
E pelo
estudante e pelo rude respeitada.
Guardando
intacto o segredo desta vida,
sem
a fumaça que lhe deixa degradada.
Convidaria
os passarinhos cantadores
para
me ajudarem a compor uma canção,
que cantaríamos como hino de louvores
a
Deus eterno agradecendo a criação.
Quero
assistir de um pedestal num alto monte
o
homem louco, ansioso e muito aflito,
querendo
ver se existe alguém por trás do horizonte
e
onde acaba este universo tão bonito.
Mas
o destino já me nega esta virtude
porque
nasci para ser somente um sonhador
e
conviver no meio desta gente rude
e
até sentir o calafrio do desamor.
Autor
Raimundo Amaral, o poeta da Amazônia.
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